Resumo: | Ao longo dos últimos anos o aumento do nível de vida da população tem contribuído para um elevado consumo energético dos edifícios. Na Europa os edifícios são responsáveis por 40% do consumo energético, em Portugal os números andam nos 29,3% do consumo total (Retirado de: www.dgeg.pt). O esgotamento dos recursos naturais e o aumento dos níveis de poluição ambiental, da temperatura média no planeta, bem como a elevada produção de resíduos resultantes das atividades humanas tornaram-se temas atuais de destaque na sociedade. É cada vez mais fundamental o recurso ao aproveitamento de fontes de energias renováveis, como o Sol, contribuindo para a adopção de um processo que se enquadre nos princípios do desenvolvimento sustentável. Antevendo a degradação ambiental “é determinante repensar o futuro antecipando cenários previsíveis e contrapondo-lhe soluções possíveis” (Baptista, 2010). Por isso é cada vez mais imperativo recorrer a soluções que contribuam para uma utilização mais eficiente, como os sistemas solares passivos, reduzindo o consumo energético dos edifícios e utilização de combustíveis fosseis. Os sistemas solares passivos são tecnologias construtivas integradas nos edifícios, onde a energia térmica é captada e transmitida naturalmente por convecção, condução, e radiação, sem recorrer a meios mecânicos e artificiais contribuindo para o aquecimento ou arrefecimento natural do edifício. Um exemplo de um sistema solar passivo é a parede de trombe, estudo particular deste trabalho, designada com o nome do seu inventor Félix Trombe. A Parede de Trombe é constituída basicamente por um vidro exterior, uma caixa de ar e de seguida uma parede de armazenamento, podendo ser introduzidas aberturas de circulação de ar no vidro ou na parede. Este sistema solar passivo coleta e retém a energia solar, baseia-se fundamentalmente no principio do efeito de estufa e capacidade térmica da parede, podendo ser melhorado o seu desempenho recorrendo à ventilação/convecção. Este trabalho pretende apresentar a parede de trombe como um elemento solar passivo integrante num edifício de habitação e mostrar como pode ser uma solução viável num projeto de arquitetura em Portugal, através do estudo de três casos de referência, analisando a evolução conceptual, que tem vindo a sofrer ao longo dos anos. Esta analise vai permitir comparar e identificar a evolução dos mecanismos e materiais associados, concluindo qual o desempenho mais adequado deste sistema para um melhor conforto térmico e redução do consumo energético dos edifícios, alertando os arquitetos para o uso deste tipo de sistemas, que parece estar um pouco esquecido no nosso país.
|