Resumo: | Portugal é um país com forte vocação florestal, sendo que a floresta tem um papel primordial quer do ponto de vista social quer económico. Dada a sua importância é necessário uma gestão sustentável da mesma através de administração e uso a um ritmo que mantenham a sua biodiversidade, produtividade, capacidade de regeneração, vitalidade e potencialidades para satisfazer funções ecológicas, económicas e sociais relevantes, a um nível local e nacional, sem prejuízo de outros ecossistemas. As principais tendências de mudança da ocupação do solo em Portugal continental nas últimas duas décadas resultam da ação dos incêndios florestais e ainda do crescente abandono de territórios agrícolas. Pretende-se apresentar o trabalho de investigação que tem sido desenvolvido na ESA-IPCB com o intuito de propor novos modelos de gestão dos territórios de matriz florestal, introduzindo uma maior diversidade estrutural na paisagem através da promoção de mosaicos de espécies, nomeadamente reconvertendo áreas para povoamentos mistos de resinosas e folhosas. Para o efeito, o ordenamento dos espaços de vocação florestal deve se basear numa perspetiva de multifuncionalidade que integre diferentes funções, designadamente funções de produção, de proteção, de conservação e de recreio, permitindo a definição de modelos de silvicultura sustentáveis para cada unidade espacial face à sua aptidão dominante. Estas metodologias baseadas na análise multicritério permitem produzir cartografia de suporte à decisão no planeamento integrado da paisagem, quer no âmbito dos planos de ordenamento florestal, quer à escala dos planos de gestão florestal.
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