Resumo: | As Forças Armadas, fruto de constrangimentos financeiros adstritos ao Estado Português e também em consequência de contextos económicos adversos internacionais, têm sido sujeitas - à semelhança de outros organismos públicos e privados - a uma redução significativa dos seus efetivos, decorrente de vários factores que estão identificados, mas que carecem de explicações assertivas sobre as razões que materializam essas preocupações numa das áreas mais críticas da Instituição Castrense. Esta diminuição de efetivos tem implicado adaptações na gestão de recursos humanos nos Ramos das Forças Armadas, sendo que, no caso do Exército, o fenómeno de passagem à situação de Reserva tem revelado contornos sociais que merecem análise, naquilo que pode constituir uma rotura de paradigma com ligações aos clássicos modelos de profissionalismo militar. A visão, a missão e os valores partilhados no seio do Exército Português estão bem caraterizados e refletem todo o compasso histórico e as evoluções organizacionais que aconteceram ao longo de vários séculos, mas onde se destacam, para aquilo que é o cenário atual, sobretudo, as últimas quatro décadas. Não despiciendo, o Exército Português acompanhou a evolução da própria Estratégia, pois que era necessário aludir, até para efeitos de doutrina militar, a uma aferição do enquadramento conceptual que continuasse a reconhecer hoje, tal como no passado, que a Estratégia tem evoluído como Ciência, mas continua a ser, além de Ciência, uma Arte. E tudo isto, também perspetivado no que diz respeito às circunstâncias imprevistas das guerras, dos conflitos e das ameaças. Neste mundo globalizado em pleno século XXI, a Sociologia, a Gestão e a Estratégia apresentam contributos teóricos que se afiguram úteis para melhor explicar as preocupações ao nível de recursos no Exército Português, e que tendem a perspetivar propostas de melhoria que, no estrito sentido técnico, podem auxiliar a ação de comando e a tomada de decisão.
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