Europa esquecida?: a cobertura mediática das eleições europeias de 2009

Neste trabalho analisamos a cobertura mediática portuguesa das eleições para o Parlamento Europeu de 2009. Procuramos verificar até que ponto as eleições europeias foram negligenciadas pelos media na sua cobertura noticiosa. A análise desta investigação reporta-se a quatro aspectos essenciais que po...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Silva, Tiago André Casal da (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2011
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10773/4716
Country:Portugal
Oai:oai:ria.ua.pt:10773/4716
Description
Summary:Neste trabalho analisamos a cobertura mediática portuguesa das eleições para o Parlamento Europeu de 2009. Procuramos verificar até que ponto as eleições europeias foram negligenciadas pelos media na sua cobertura noticiosa. A análise desta investigação reporta-se a quatro aspectos essenciais que poderão reflectir o escasso interesse dos media por estas eleições. O primeiro é a visibilidade que as eleições europeias tiveram nos meios de comunicação. A quantidade de notícias sobre o Parlamento Europeu e as suas eleições nos programas noticiosos e jornais dos seus Estados-Membros tem sido, ao longo dos anos, muito baixa. O segundo está relacionado com a natureza europeia das notícias, isto é, procuramos verificar até que ponto as notícias são centradas em assuntos europeus ou se atribuem maioritariamente atenção às questões nacionais, captando as eleições europeias como eleições de segunda ordem. Em terceiro lugar, analisamos os media frames usadas nas notícias. Procuramos verificar se as notícias salientam aspectos de estratégia e “horse-race” em detrimento de temas políticos e as posições dos candidatos em relação a estes. Neste sentido, são também analizadas dimensões relacionadas com a personalização da campanha e com conflito entre os actores. O quarto e último aspecto é o tom das notícias e o estilo de jornalismo. Analisamos se a cobertura noticiosa das eleições europeias foi maioritariamente negativa, positiva ou neutra para com a UE e se o estilo utilizado pelos jornalistas foi maioritariamente descritivo ou interpretativo. Em termos empíricos, a análise reportada nesta dissertação é feita com base nos dados nacionais de um projecto comparativo europeu sobre a cobertura mediática das eleições europeias de 2009, envolvendo treze países da UE. Em específico, este trabalho baseia-se na análise de conteúdo de um total de 496 notícias sobre as eleições europeias de 2009, feita com base no “codebook” desse projecto e cobrindo a totalidade da cobertura feita pelos três principais programas noticiosos de televisão (RTP, SIC e TVI); e dois dos principais jornais diários – Público e Jornal de Notícias – durante as três semanas que antecederam o dia de eleições. De uma forma geral, os resultados da análise feita neste trabalho demonstram que as eleições de 2009 para o Parlamento Europeu e a UE foram, de facto, negligenciadas pelos media. A visibilidade destas eleições foi menor do que outras eleições nacionais e a natureza da cobertura foi predominantemente doméstica e não europeia. Os resultados demonstram, igualmente, que estratégia, personalização e conflito foram aspectos fortemente salientados pelos media na cobertura noticiosa da campanha.