Summary: | No presente trabalho estuda-se a fenomenologia que explica as anomalias nas argamassas de revestimento, em construções antigas, afetadas por umidade de ascensão e por sais solúveis. Este estudo tem por base os casos diagnosticados nos edifícios históricos (século XIX até meados do século XX) da zona central da Cidade de Pelotas. A revisão realizada permitiu conhecer, de forma mais aprofundada, a fenomenologia do transporte de umidade e sais em meio poroso, bem como, os vários modelos representativos existentes (Glaser, Freitas, Abrantes e Crausse, Hall-Hoff, Scherer, Christopher Hall e L. Pel e K. Kopinga). Devido ao grau de complexidade desses modelos na aplicação como ferramenta de escolha de materiais de revestimento à base de argamassa, desenvolveu-se um modelo matemático simplificado para a avaliação da ascensão de umidades em paredes de alvenaria. Teoricamente foram identificadas,para modelação, as características físicas das argamassas definidas pela sua composição. Variáveis comoa proporção de agregados/aglomerantes, que definem o esqueleto sólido, bem comoo tipo de aglomerante que definea porosidade finadas argamassas foram estabelecidas para o estudo experimental. Para este estudo foram propostas argamassas de reabilitação à partir das caracteristicas dos materiais identificadas em amostras de revestimento extraídos das paredes de um edifício selecionado entre seis edifícios da Cidade de Pelotas que apresentavam anomalias de umidades e sais solúveis. Os ensaios realizados nas argamassas de reabilitação propostas, de acordo com as normas vigentes, compreenderam as determinações de massa volúmica, índice de vazios, absorção de água por capilaridade, secagem da água absorvida, resistência mecânica e teor de sais solúveis. Foram determinados, também, a resistência de aderência ao suporte, a permeabilidade à água e o teor de sais em argamassas aplicadas em painéis de alvenaria. Por fim observou-se, em painéis de alvenaria revestidos com as argamassas de reabilitação, a evolução da ascensão capilar de umidade ao longo do tempo. Os resultados obtidos nos ensaios das argamassas permitiram colocar em relevância os aspectos comportamentais das argamassas propostas em relação à estrutura do esqueleto, determinando maior ou menor porosidade e, consequentemente, o transporte da água absorvida por ascensão; a umedecida. A observação da evolução da umidade ascensional nos painéis confirma o modelo teórico proposto e traduz a variação da água ascensional em ambiente com taxa de evaporação constante, pela área molhada da parede compreendida pela altura do perfil hidráulico medido num tempo t. Como o perfil hidráulico, sob efeito da evaporação, também sofre uma atenuação no tempo devido a ação da gravidade, determinando, neste caso, que o modelo teórico–experimental pode ser melhor representado por uma função logarítmica.
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