Summary: | Introdução: A atividade física (AF) é considerada uma ferramenta terapêutica fundamental para atingir o controlo metabólico e reduzir o risco cardiovascular dos doentes com diabetes tipo 2. Este estudo tem por objetivo caracterizar a prática de exercício físico e os níveis de AF habitual de doentes com diabetes tipo 2 e analisar a influência da prática de exercício e de alguns fatores sociodemográficos como a idade, género, meio habitacional e situação profissional na AF habitual e nas suas componentes. Metodologia: Cento e um doentes com diabetes tipo 2 foram entrevistados (65.96 ± 9.34 anos de idade). Foram questionados quanto à prática de exercício regular e suas características, e os níveis de AF habitual foram avaliados através do International Physical Activity Questionnaire. Resultados: A prevalência de prática de exercício regular era de 40.59%. Apenas 2.44% dos praticantes referiram praticar uma combinação de exercício aeróbio e exercício resistido. Quanto à avaliação dos níveis de AF Habitual, 34.65% apresentavam um nível baixo, 43.56% apresentavam um nível moderado e 21.78% apresentavam um nível elevado. Não foram identificadas diferenças significativas na AF Habitual entre praticantes e não praticantes de exercício. Foi observada uma correlação negativa e significativa entre a Idade e a AF Habitual e entre a Idade e a AF Vida Diária. Foram identificadas diferenças significativas na AF Habitual entre habitantes do meio rural e habitantes do meio urbano e diferenças significativas na AF Habitual e na AF Vida Diária entre indivíduos profissionalmente ativos e não ativos. Conclusões: A prevalência de prática de exercício e os níveis de AF Habitual dos doentes com diabetes tipo 2 portugueses são claramente insuficientes. Praticar exercício não é sinónimo de ter uma AF Habitual minimamente saudável. O avançar da idade, habitar em meio urbano e perder a atividade profissional parecem ser fatores de risco para um estilo de vida sedentário e importantes alvos de intervenção.
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