Resumo: | Em muitos países desenvolvidos, a madeira sempre foi e continua a ser vista essencial¬mente como material estrutural, frequen¬temente oculto ou protegido por rebocos ou outros revestimentos, pelo que nem sempre nos apercebemos da sua presença. Em Portugal, a utilizaçào estrutural da madeira, que foi durante longo tempo confinada a coberturas e pavimentos, tem vindo a mudar com o progressivo abandono dessas utilizações tradicionais e, nas últimas duas décadas, com a construção de numerosas estruturas de madeira lamelada colada, por vezes de grande vão, e de casas de habitação unifamiliares, em que a expressão visual da madeira determina frequentemente a sua escolha (Fig. 1). A madeira à vista tem ganho adeptos, em parte pelas suas características estéticas e pelo conforto que confere aos ambientes, mas também por ser um material sustentável e pela mensagem que a sua utilização consequente¬mente transmite. Sendo um material orgânico de origem natural, a madeira apresenta grande variabilidade (entre espécies e dentro de uma mesma espécie). anisotropia, higroscopicidade e suscetibilidade à degradação pela radiação ultravioleta e por agentes biológicos como fungos e insetos. Compreende-se deste modo que a utilização de madeira em revestimentos exteriores, especialmente se exposta aos agentes atmosféricos, levante problemas acrescidos no que respeita ao seu desempenho e durabilidade.
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