Summary: | Este trabalho pretende dar a conhecer uma classe profissional militar, os sargentos, e a sua intervenção na luta política em Portugal durante os séculos XIX e XX. A inexistência de trabalhos anteriores sobre a classe faz com que esta seja praticamente desconhecida pelos investigadores em história contemporânea, pelo que pouco se conhece sobre as origens e o papel dos sargentos nas forças militares portuguesas. Assim, o enquadramento cronológico irá além dos limites normais estabelecidos para os trabalhos em História Contemporânea, cobrindo um período que se estende do reinado de D. Sebastião à fundação da Associação Nacional de Sargentos em 1990. Ao longo do trabalho iremos dar particular atenção aos momentos mais marcantes para a classe, aqueles em que o envolvimento dos sargentos foi determinante no desenrolar da acção. De entre eles destacam-se a revolta dos sargentos da guarnição do Porto, em 1851, que permitiu o regresso vitorioso de Saldanha da Galiza, a revolta de 31 de Janeiro de 1891, também na mesma cidade, e o papel desempenhado no movimento militar que a 5 de Outubro de 1910 derrubou a monarquia e implantou a República. O estudo termina com o acompanhamento do processo que levou à fundação da Associação Nacional de Sargentos, a primeira associação sócio-profissional militar criada no nosso país. A luta então desenvolvida pela nova geração de sargentos, devolveu à classe a sua tradição de luta reivindicativa em torno de direitos profissionais e políticos que fora a sua imagem de marca entre meados do século XIX e os anos 30 do século passado.
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