Resumo: | A construção de habitações em adobe e taipa é utilizada em todo o mundo principalmente em países cujo poder económico é baixo, mas também, e no outro extremo, em países com elevadas preocupações ecológicas. Em Portugal, o recurso às técnicas construtivas de adobe e taipa foram uma prática bastante comum até meados da segunda metade do séc. XX. A alvenaria de adobe está geralmente associada a regiões próximas de rios, sendo o caso de Aveiro o que se encontra mais bem documentado. A taipa está usualmente associada às regiões do Sul, sendo predominante no Alentejo e Algarve. No entanto, o adobe também foi aí utilizado, embora de forma mais residual e maioritariamente em paredes divisórias. A demolição, muitas vezes desnecessária, de edifícios construídos tem conduzido à perda quase irreparável do património edificado correspondente. Por outro lado, os antigos profissionais da área estão a atingir uma idade que torna necessária, e pertinente, a recolha oral de informações relativas às tecnologias construtivas utilizadas. No âmbito do projeto DB-Heritage e do mapeamento em curso da Associação Centro da Terra, deu-se início à caracterização de edifícios de terra de arquitetura vernacular da região de Leiria. Foram construídos maioritariamente até 1940 e estão pouco documentados. Verifica-se que existe uma forte presença das técnicas da taipa e alvenarias de adobe. A informação reunida é apresentada realçando-se algumas das causas de degradação deste tipo de património construído.
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