Resumo: | O objeto de estudo desta dissertação localiza-se no nordeste transmontano, mais precisamente na freguesia de Bemposta. Esta distingue-se das vinte e oito freguesias que a rodeiam, no Mogadouro, pelo seu vasto património arquitetónico, pela proximidade do rio Douro, pelos seus costumes, pela qualidade dos seus produtos e por estar integrada no Parque Natural do Douro Internacional. Estas diversas qualidades representam, no contexto local e regional, as principais atrações para as práticas turísticas, nomeadamente o ecoturismo e o enoturismo. A arquitetura vernacular é outro dos pontos marcantes da aldeia de Bemposta, sendo um tipo de manifestação da ação humana no território. Utilizando os materiais disponíveis e característicos da zona, com mão-de-obra local, estas construções faziam-se erguer de uma forma despojada apenas com a preocupação de dar resposta às necessidades básicas. Este tipo de atuação marca presença em quase todo o território de análise. O núcleo mais antigo de Bemposta, denominado por Inferno, é uma área caraterizada por estas construções. É aqui que se situam quase todas as atividades caraterísticas da zona, nomeadamente, o forno do pão; uma casa de tecelagem; e, dando um maior destaque, a adega do Inferno de Bemposta, pela sua componente histórica. Contudo todas estas estruturas se encontram em muito mau estado de conservação e fora de funcionamento. Os costumes e práticas tradicionais, assim como todo o património edificado, são parte integrante da identidade de um lugar. São estas qualidades que necessitam de ser preservadas e divulgadas. Sendo assim, parte deste estudo passa por tentar devolver a identidade à região, através da divulgação destes costumes e tradições que no ponto de vista do candidato constituem um dos principais meios de atração e dinamização local e regional. Revitalizar e preservar as estruturas físicas inerentes a estas produções torna-se importante para atingir os objetivos aqui propostos. Assim, esta dissertação vai se concentrar no estudo particular da arquitetura do vinho e as tradições adjacentes a esta prática. Destacou-se, para o efeito, a adega do inferno que, segundo relatos da população, teria sido uma adega de qualidade e responsável por grande parte da produção vinícola da aldeia, e que, atualmente, se encontra em completa ruína. Pretende-se que, com a recuperação desta estrutura de grande importância para a população, a região de Bemposta possa readquirir a dinâmica de outros tempos.
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