Summary: | Quando nos situamos na no campo da criança, do brincar e da infância, nos deparamos com inúmeras dimensões que se expressam individualmente e em inter-relação. As ideias de corporeidade, educação, escola, currículo, jogar, competir, razão, fenomenologia, contexto, natureza, imaginação e cultura são algumas dessas dimensões. Por outro lado, ao olharmos para a literatura (da especialidade) constatamos que a racionalidade positiva expressa nas várias ciências tem algo a dizer sobre essas dimensões. Porém, é um dizer que coloca criança, a infância e o brincar em etapas, fórmulas, geometrias e fases. No entanto, há outro mundo que parece muitas vezes esquecido no campo da intervenção pedagógica. Um mundo natural, fenomenológico, de energia iniciática. É esse mundo do outro lado do espelho tentaremos mostrar e dizê-lo. A presente reflexão tem por objetivos: Olhar para a criança, para o brincar e para a infância numa perspetiva fenomenológica e hermenêutica; Tentar mostrar que a criança, o brincar, a infância fazem parte do campo do fenómeno original e inaugural; Contribuir para novos olhares pedagógicos, de pensamento e ação, nas primeiras idades. Os resultados reflexivos mostram que a criança, o brincar, a infância, são, (também) do campo primeiro da existência. Como uma espécie de nódulo emocional, a criança, a infância e o brincar podem ser encarados como fenómenos que se situam muito além das racionalidades, ainda que também se localizem no centro de sucessivas reconfigurações teóricas. E estes são argumentos que poderão contribuir com outras abordagens e olhares pedagógicos levando a criança, para a frente, para diante, enfim, para a vida
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