Resumo: | À semelhança de outros estaleiros medievais portugueses de dimensões expressivas, a Sé de Silves, que durante toda a Idade Média foi sede do cabido algarvio, terá obras que se prolongam morosamente pelo decorrer dos séculos. O processo de edificação do templo, que visava dotar a diocese desta província com uma igreja digna daquela autoridade, e que se vê complexificado por infortúnios vários, testemunhará a assimilação de diferentes estéticas que conferem ao monumento a feição complexa que conserva até hoje. Dentre tais empreitadas destacam-se, neste estudo, aquelas que remontam à vigência do período medievo e concebem aparelhos construtivos e programas iconográficos que materializam, além de correntes estilísticas, preceitos religiosos e sociais basilares e intrínsecos ao contexto do qual advêm. Ambiciona-se, deste modo, a identificação formal do sistema edificado, bem como, a descodificação da linguagem icónica que figura em elementos arquitetónicos, como capitéis e frisos, e onde o conhecimento das tradições e simbolismos do abundante imaginário medieval afigura-se evidente.
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