Medidas para mitigar as emissões da combustão doméstica de biomassa

Estima-se que em Portugal sejam anualmente queimadas 2 Mton de biomassa lenhosa a nível residencial, o que contribui para emissões de PM10 que representam 30 % do total emitido pelos diversos setores de atividade. As partículas atmosféricas resultantes da combustão doméstica têm efeitos prejudiciais...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Vicente, Estela Alexandra Domingos (author)
Formato: masterThesis
Idioma:por
Publicado em: 2018
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10773/12423
País:Portugal
Oai:oai:ria.ua.pt:10773/12423
Descrição
Resumo:Estima-se que em Portugal sejam anualmente queimadas 2 Mton de biomassa lenhosa a nível residencial, o que contribui para emissões de PM10 que representam 30 % do total emitido pelos diversos setores de atividade. As partículas atmosféricas resultantes da combustão doméstica têm efeitos prejudiciais na saúde pública e causam perturbações na química da atmosfera e no clima. Atendendo às repercussões das emissões e à necessidade de cumprimento das normas legais, é necessário quantificar e caraterizar as emissões provenientes deste setor e avaliar medidas mitigadoras ajustadas aos equipamentos e espécies lenhosas representativos da realidade nacional. Este trabalho tem por base ensaios efetuados com um recuperador de calor e dois tipos de biomassa (pinheiro e faia) em que foram avaliadas as seguintes variáveis: técnica de ignição, carga de biomassa e grau de clivagem. Os fatores de emissão (FE) de CO2 foram similares entre os ensaios realizados. Os FE mais elevados de CO e hidrocarbonetos totais para o pinheiro e a faia foram registados para carga elevada e reduzida, respetivamente. A análise da evolução destes compostos ao longo de um ciclo de combustão permitiu verificar que a etapa inicial de combustão constitui uma fase crítica. Os maiores FE de PM10 registaram-se com carga reduzida para ambas as madeiras. Verificou-se que a técnica de ignição pelo topo pode reduzir o FE para menos de metade comparativamente com a técnica tradicional. A análise quantitativa do material carbonáceo permitiu aferir que a massa de partículas emitida foi composta maioritariamente por OC e o segundo maior componente foi o EC. A fração de OC na massa das PM10 foi superior na operação com carga elevada e reduzida para o pinheiro e faia, respetivamente. A técnica de ignição pelo topo gerou quantidades substanciais de EC na massa das PM10. Relativamente ao nº de partículas, os maiores FE e menores diâmetros geométricos médios (dg) observaram-se para a carga reduzida. Para a condição de operação com carga elevada sem clivagem, foram registados os dg mais elevados para ambas as madeiras. A distribuição cumulativa por tamanhos das partículas permitiu concluir que as partículas finas submicrométricas são dominantes. Independentemente da condição testada ou combustível, 99% das concentrações numéricas englobam partículas inferiores a 400 nm.