Resumo: | A dor crónica afeta 20% da população mundial, interferindo negativamente na vida dos indivíduos a vários níveis (individual, familiar, social e económico). No entanto, a forma como cada indivíduo é afetado é bastante variável, dependendo de fatores biológicos, psicológicos e sociais. As respostas do/as parceiro/as romântico/as aos comportamentos de dor e bem-estar dos indivíduos podem influenciar os processos de adaptação à dor crónica. Assim, o presente estudo visou adaptar e validar psicometricamente o Spouse Response Inventory (SRI) para a população portuguesa. O SRI avalia as perceções que os indivíduos com dor crónica possuem das respostas do/as parceiro/as romântico/as aos seus comportamentos de dor (subescala 1, inclui respostas solícitas e negativas) e de bem-estar (subescala 2, inclui respostas facilitadoras e negativas). Neste estudo correlacional, participaram 117 indivíduos com dor crónica (92,3% mulheres), com idades entre os 18 e os 85 anos (M= 42,44; DP= 13,06). Além do SRI, foi-lhes solicitado que preenchessem outros instrumentos de autorrelato para avaliar a validade convergente/divergente (Escala de Suporte Informal para a Autonomia e Dependência na Dor) e a validade relativa a um critério, nomeadamente, escalas para avaliar a satisfação com a relação, a intensidade e grau de interferência da dor, a catastrofização da dor e o stress, ansiedade e depressão. A versão portuguesa do SRI apresenta a estrutura fatorial esperada, bons índices de fidelidade interna, evidenciando boa validade convergente/divergente e relativa a critério. É assim um instrumento que pode contribuir para a melhoria dos apoios prestados ao paciente, criando ou aperfeiçoadas futuras ou novas intervenções.
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