Resumo: | O consumo de cogumelos silvestres comestíveis é crescente e, em alguns países da Europa Central e de Leste, é preferencial relativamente aos cogumelos cultivados. No entanto, o conhecimento do valor nutricional dos cogumelos silvestres é bastante reduzido comparativamente aos vegetais. No presente trabalho, foram avaliados os efeitos do trofismo de cogumelos silvestres comestíveis do Nordeste de Portugal no seu potencial nutricional e nutracêutico. Foram estudadas as propriedades antioxidantes in vitro de cinco espécies saprotróficas (Calvatia utriformis, Clitopilus prunulus, Lycoperdon echinatum, Lyophyllum decastes e Macrolepiota excoriata) e cinco espécies micorrízicas (Boletus erythropus, Boletus fragrans, Hygrophorus pustulatus, Russula cyanoxantha e Russula olivacea), e os resultados foram comparados com compostos individuais identificados por técnicas cromatográficas. As espécies micorrízicas revelaram uma concentração muito mais elevada em açúcares do que as saprotróficas, bem como a presença de frutose. A espécie saprotrófica Lyophyllum decastes e as espécies micorrízicas Boletus erythropus e Boletus fragrans apresentaram o maior potencial antioxidante, principalmente devido à contribuição de antioxidantes polares, tais como fenóis e açúcares. Este é o primeiro trabalho que descreve a composição química das espécies de cogumelos estudadas, constituindo uma evidência científica de usos tradicionais de espécies silvestres comestíveis.
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