Summary: | Enquadramento/fundamentação – A dor, além de fenómeno multidimensional, quando aguda, é sinal de alarme e salvaguarda da integridade física, devendo ser reconhecida e iniciado tratamento imediato, para evitar efeitos deletérios. Não se conhecem estudos, no âmbito da sua prevalência e controlo, em emergência pré-hospitalar, em Portugal. Objetivos gerais: Determinar a prevalência da dor nos utentes assistidos pelos meios de emergência pré hospitalar (EPH) diferenciados do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), enviados pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) de Coimbra, no mês de janeiro de 2012 e identificar fatores associados: à avaliação/não avaliação pelos profissionais, presença, intensidade da dor, às medidas implementadas e sua reavaliação; Metodologia: Realizado um estudo retrospetivo através da análise dos registos de utentes, após chamada para o número europeu de emergência – 112, assistidos pelos meios de EPH, que podem ser: Suporte Imediato de Vida (SIV), na Ambulância SIV, ou de Suporte Avançado de Vida (SAV), nas Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER), e Helicóptero de Emergência Médica (HEM). Resultados: Das 1170 ativações analisadas, incluímos 553 utentes considerados capazes de autorrelato de dor. Esta foi avaliada em 338 e não encontrado registo em 215 utentes. A prevalência encontrada foi de 39,24%, maioritariamente ligeira, sendo intensa a máxima em 19,5 % das situações. Associados à avaliação da dor, estiveram o meio SIV, as situações de trauma e a doença médica de origem cardíaca. Não foi avaliada essencialmente quando não era queixa primária na ativação, quando meio ativado foi o SAV, nos casos de doença médica e tratando-se de causa não cardíaca. Associados à presença de dor, estiveram a idade inferior a 65 anos, a assistência pelo meio SIV, a doença médica e nesta, na de origem cardíaca. A dor esteve significativamente ausente em utentes com idades superiores ou iguais a 65 anos, assistidos pelo meio SIV, em que a dor estava presente na queixa primária, nas situações de doença médica, à exceção das de origem cardíaca. Associados à dor moderada a máxima estiveram as situações de trauma, a utilização de escala numérica, o uso de paracetamol e morfina; enquanto a ausência de dor ou ligeira se associaram à doença médica. Relativamente às medidas de controlo da dor, as farmacológicas estiveram associadas às queixas de origem cardíaca, enquanto as não farmacológicas ao uso de escala numérica. A reavaliação da dor teve associado o meio SIV e a administração de morfina. Conclusões: Encontrámos uma prevalência de dor de 39,24% e assimetrias na sua valorização e controlo, referentes ao tipo de ocorrência e ao meio de emergência, destacando-se a origem cardíaca na mais valorizada e o meio SIV na avaliação, presença e reavaliação de dor. Palavras Chave: emergência pré hospitalar, dor.
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