Autonomia e autoridade em contexto escolar

A acção educativa, enquanto processo de transmissão de conhecimento, baseia-se fundamentalmente em mecanismos de influência social. Neste contexto, o presente trabalho pretende contribuir para uma melhor compreensão dos factores que influenciam estes mecanismos, mais concretamente ao nível da legiti...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Graça, João Daniel de Sousa (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2013
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10071/5512
Country:Portugal
Oai:oai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/5512
Description
Summary:A acção educativa, enquanto processo de transmissão de conhecimento, baseia-se fundamentalmente em mecanismos de influência social. Neste contexto, o presente trabalho pretende contribuir para uma melhor compreensão dos factores que influenciam estes mecanismos, mais concretamente ao nível da legitimação dos professores enquanto figuras investidas de autoridade. Para cumprir este propósito, procedeu-se à operacionalização das variáveis Autonomia, Suporte da autonomia e Legitimidade percebida através do recurso a três questionários, aplicados a uma amostra de estudantes do ensino secundário (N=171). Os resultados obtidos indicam, em primeiro lugar, que a legitimidade que os adolescentes reconhecem aos seus professores varia em função da sua percepção de suporte da autonomia (i.e., do nível em que estes consideram os seus interesses, fornecem opções e minimizam o recurso a estratégias de coerção). Além disso, sugerem ainda que indivíduos com elevados níveis de autonomia, quando inseridos em contextos que entendem como controladores, reconhecem menor legitimidade às figuras de autoridade responsáveis por esse mesmo controlo, em comparação com indivíduos com baixos níveis de autonomia. Por outro lado, um elevado nível de percepção de suporte da autonomia anula a diferença verificada entre os dois grupos. As evidências encontradas acentuam, assim, a importância das componentes relacionais para a legitimação das figuras de autoridade, e sugerem ainda que os jovens mais autónomos vêem os contextos controladores como uma ameaça à sua autonomia, regulando esta ameaça através da rejeição da legitimidade da autoridade responsável por esse controlo.