Resumo: | Através de um “caso de estudo”, isto é, da aquisição da colecção de pintura do Príncipe Charles-Joseph de Ligne, em 1795, pelo então Príncipe Regente de Portugal, procurámos, com base em documentação inédita, localizada nos Arquivos Nacionais da Torre do Tombo, bem como de catálogos e documentação relativos ao acervo do Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro, identificar um conjunto de obras de arte que consideramos serem parte daquele conjunto adquirido em Viena de Áustria,sinalizando assuas trajectórias, das antigas colecções régias portuguesas, até à posterior incorporação nas colecções públicas de arte, no século XIX, quer no Brasil, quer em Portugal, na sequência da formação dos museus públicos. Pretendemos, deste modo, contribuir para a redefinição do papel de D. João VI, no campo da cultura, situando a sua acção em ambos os lados do Atlântico, pois, neste, como em outros capítulos, não podemos ignorar que a permanência da corte no Brasil foi plena de consequências, tendo contribuído para a criação, naquele território, de instituições nucleares no âmbito cultural, tais como o Teatro Real, a Biblioteca Real, o Museu e a Academia Imperial de Belas Artes, do Rio de Janeiro.
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