Summary: | Objetivos: O presente estudo tem como objetivo analisar diferenças no exercício da monoparentalidade entre famílias monoparentais com paciente identificado com toxicodependência e famílias monoparentais onde este tipo de patologia não se encontra sinalizada. Metodologia: Foi usada uma metodologia descritiva eminentemente quantitativa. Na recolha dos dados recorremos ao inquérito por questionário “Famílias Monoparentais: Desafios Relacionais e Quotidianos” para avaliar as características sociofamiliares, o suporte social e os desafios das famílias monoparentais. Participantes: A amostra total é constituída por 111 participantes, dos quais 19 dizem respeito às famílias monoparentais com paciente identificado com toxicodependência (17,1%) e 92 representam as famílias monoparentais sem este tipo de patologia (82,9%), constituindo assim duas subamostras distintas. Na recolha da subamostra específica todos os participantes teriam que ser membros de uma família monoparental com filhos até vinte cinco anos e apresentarem um membro com comportamentos aditivos e de dependência. Resultados: Foram detetadas associações significativas entre as subamostras relativamente ao género (p < 0,05), ao tipo de monoparentalidade (p < 0,01), motivo da monoparentalidade (p < 0,001), principais dificuldades da monoparentalidade (p < 0,05), ao nível das relações estabelecidas com o outro progenitor (p < 0,001) e relativamente à relação estabelecida do filho com o outro progenitor (p < 0,001). Não foram reveladas diferenças significativas no grupo etário, estado civil, nível de conciliação trabalho-família, responsabilidades parentais, vantagens da monoparentalidade nem ao nível percebido do desafio que constituí a monoparentalidade. As principais dificuldades das famílias monoparentais correspondem à gestão do tempo e às tarefas referentes ao apoio instrumental na parentalidade. Conclusões: A investigação revela que as famílias monoparentais com um membro com comportamentos aditivos e de dependência apresentam um perfil de dificuldades semelhante às famílias monoparentais onde este tipo de patologia não se encontra presente, relativamente às caraterísticas em estudo. Porém, foi possível identificar algumas diferenças nas caraterísticas menos dominantes, revelando desta forma algumas especificidades na vivência da monoparentalidade quando estão ou não presentes comportamentos aditivos ou dependências nas famílias.
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