Resumo: | A conciliação da vida profissional e familiar continua a ser um tema atual e desafiante para as empresas e famílias, pelo que se sugere continuar a investigar, de forma a contribuir para o bem-estar do indivíduo, ao mesmo tempo que se alcança o sucesso organizacional. O presente estudo procurou investigar a influência da identificação organizacional na perceção de conflito trabalho-família do indivíduo, evidenciando o papel mediador que o workaholism desempenha nesta relação. Participaram na investigação 163 trabalhadores da área familiar, nomeadamente assistentes a idosos, babysitters e empregadas domésticas. Para avaliar as variáveis do conflito trabalho-família, foi aplicada a escala breve do conflito trabalho-família de Matthews, Kath e Barnes-Farrell (2010); a escala de Mael e Ashforth (1992) foi usada para avaliar a identificação organizacional; e a variável de workaholism foi medida através da versão breve da escala holandesa de dependência do trabalho (DUWAS), desenvolvida por Schaufeli et al. (2009). Relativamente aos resultados, verificou-se que mais identificação organizacional está associada a mais conflito trabalho-família, mas menos conflito família-trabalho. O conflito trabalho-família revelou estar associado a mais workaholism. Não foram encontradas outras associações estatisticamente significativas, pelo que não foi possível analisar o papel mediador do workaholism. Verificaram-se ainda diferenças no workaholism de acordo com a categoria de trabalho e o número de horas de trabalho semanais. Este estudo teve como fator diferenciador, o facto de ter sido realizado com trabalhadores do serviço doméstico, uma população atípica e que em estudos futuros, mediante a pertinência do tema, pode contribuir para a profissionalização do segmento doméstico.
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