Estrutura populacional da abelha ibérica (Apis mellifera iberiensis) inferida por análise de morfometria geométrica em obreiras

A abelha ibérica (Apis mellifera iberiensis) é uma das subespécies de abelha melífera mais estudadas no mundo no que concerne aos padrões de diversidade genética. Esses estudos têm revelado resultados incongruentes e dependentes do tipo de marcador genético utilizado. No sentido de contribuirmos par...

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Bibliographic Details
Main Author: Chávez-Galarza, Julio (author)
Other Authors: Neves, Cátia J. (author), Galaschi-Teixeira, Juliana S. (author), Henriques, Dora (author), Francoy, Tiago M. (author), Pinto, M. Alice (author)
Format: conferenceObject
Language:por
Published: 2017
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10198/14541
Country:Portugal
Oai:oai:bibliotecadigital.ipb.pt:10198/14541
Description
Summary:A abelha ibérica (Apis mellifera iberiensis) é uma das subespécies de abelha melífera mais estudadas no mundo no que concerne aos padrões de diversidade genética. Esses estudos têm revelado resultados incongruentes e dependentes do tipo de marcador genético utilizado. No sentido de contribuirmos para uma melhor compreensão e representação dos padrões espaciais de diversidade genética da abelha ibérica e forças evolutivas subjacentes, recentemente amostramos na Península Ibérica 711 colónias ao longo de três transectos: um na costa atlântica, um na costa mediterrânica e outro no centro. Contrariamente aos microssatélites, que são incapazes de detetar estrutura genética, os marcadores mitocondriais (região intergénica tRNAleu-cox2) e nucleares (polimorfismos de nucleótido simples, SNPs) revelaram a existência de um cline com orientação nordeste-sudoeste, padrão consistente com um processo de contacto secundário pós-glacial (Chávez-Galarza et al. 2015). No seguimento destes resultados, queríamos testar o poder da morfometria geométrica na captura do padrão clinal previamente encontrado. Para tal, examinamos a asa anterior direita de cinco obreiras de cada uma das 711 colónias. Em cada asa foram marcados 19 pontos nas interseções das veias e, após alinhamento Procrustes, foi calculada a distância entre todos os pontos. A matriz de distâncias obtida foi usada para inferir a estrutura populacional aplicando uma análise multivariada espacial baseada na análise de componentes principais e na autocorrelaçao de Moran. Surpreendentemente, os nossos resultados mostram a presença de dois grupos com uma distribuição espacial totalmente congruente com o mtDNA e os SNPs, indicando que a morfometria geométrica é capaz de capturar padrões genéticos moldados por processos evolutivos complexos. A adição do componente geográfico nas análises multivariadas contribuiu consideravelmente para os resultados e deverá ser incorporada em futuras análises morfométricas populacionais.