Summary: | Este artigo aborda as questões acionadas pelo trabalho da artista cubana-americana Ana Mendieta, que tem grande parte da sua obra composta por performances elaboradas exclusivamente para a câmera e pelo que a própria artista denominou como earth-body-works. Através das suas estratégias de representação baseadas no desaparecimento do corpo feminino, Mendieta chama a nossa atenção para as violências e apagamentos legitimados por meio do estabelecimento de identidades fixas – étnicas e de gênero – no interior dos discursos hegemônicos de poder. Serão exploradas as noções de performance como instrumento para transmissão de conhecimento e memória cultural, de performatividade como fator constitutivo das categorias de identidade e, ainda, de arquivo, repertório e acontecimento ao vivo no esforço de problematizar como as temáticas do exílio e do feminino, regulares na arte de Mendieta, atingem uma dimensão profundamente política a partir das suas proposições artísticas que integram a fotografia com a arte performática.
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