Summary: | Para conhecer, analisar e explicar a emigração portuguesa precisamos de acionar e combinar múltiplas metodologias. Não está em causa, naquela afirmação, apenas a referência à utilidade da clássica combinação entre metodologias extensivas e intensivas. No estudo da emigração portuguesa começa por ser necessário combinar, desde logo, diferentes metodologias e métodos extensivos, nomeadamente a análise de estatísticas institucionais com a realização de operações de inquérito por questionário. Os dados das estatísticas institucionais permitem medir e caracterizar, em termos muito gerais, os fluxos e populações de emigrantes portugueses. As medidas são, em rigor, estimativas construídas com as estatísticas-espelho usadas para caracterizar a emigração, ou seja, com as estatísticas sobre a entrada e residência de portugueses nos países de destino. A qualidade dessas estimativas depende, pois, da qualidade das estatísticas sobre imigração nos países de destino ou, mais simplesmente, da existência dessas estatísticas. Apesar de todos os problemas que resultam quer da desigual qualidade dos diferentes sistemas estatísticos nacionais, quer da falta de harmonização dos indicadores usados em cada país, as estimativas realizadas com recursos às estatísticas-espelho são fundamentais. Não há outra maneira de medir, ainda que aproximadamente, o volume e as características gerais dos fluxos e das populações emigradas. E, sem essa medida, é impossível contextualizar e precisar o significado estatístico dos resultados de estudos que produzem os seus próprios dados através de processos de inquirição mais localizados.
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