Infertilidade masculina

Introdução: Evidência sugere um declínio global na qualidade espermática nas últimas décadas com redução da fertilidade masculina e consequentes implicações na natalidade, emergindo como um problema de saúde pública. Fatores potencialmente identificáveis e modificáveis relacionados com a exposição o...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Magalhães, Anita Maia (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2020
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10400.6/8769
Country:Portugal
Oai:oai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/8769
Description
Summary:Introdução: Evidência sugere um declínio global na qualidade espermática nas últimas décadas com redução da fertilidade masculina e consequentes implicações na natalidade, emergindo como um problema de saúde pública. Fatores potencialmente identificáveis e modificáveis relacionados com a exposição ocupacional contribuem para este cenário. Determinadas profissões podem ser consideradas de risco em termos de saúde reprodutiva masculina. Objetivos: Determinar a associação entre exposição ocupacional, em diferentes categorias profissionais, e as variáveis relacionadas com a infertilidade e com o espermograma. Averiguar quais as categorias com maior incidência de alterações espermáticas, bem como analisar as diferenças nos parâmetros do espermograma entre as diversas categorias profissionais. Material e Métodos: Trata-se de um estudo observacional, descritivo, analítico e retrospetivo. A população em estudo engloba o elemento masculino de 520 casais que recorreram à Unidade de Medicina Reprodutiva (UMR) do Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB) nos últimos cinco anos, concretamente de 1 de Março de 2013 a 28 de Fevereiro de 2018. Procedeu-se à caracterização da população em estudo incluindo variáveis relacionadas com infertilidade (tipo, duração e tratamento), elemento masculino do casal (idade, profissão e antecedentes) e espermograma. As 120 profissões observadas foram agrupadas em 27 categorias profissionais. Os resultados dos espermogramas, duração e tipo de infertilidade foram analisados tendo em conta as categorias profissionais, de forma a analisar o contributo de cada grupo ocupacional para as alterações observadas, bem como a existência de associação entre as variáveis ou diferença entre grupos. Resultados: A profissão “Motorista” e a categoria profissional “Condutores de veículos e operadores de equipamentos móveis” são as mais frequentes. Infertilidade primária é o tipo mais frequente na maioria das categorias, com duração média de 35,65 ± 29,185 meses. A maioria dos indivíduos apresenta pelo menos um parâmetro do espermograma alterado. O parâmetro com maior percentagem de alterações é a morfologia (49.8% de teratozoospermia), sendo vitalidade o que apresenta menor (3.4% de necrozoospermia). Normozoospermia em 35.4% dos casos. Não se verificou associação estatisticamente significativa entre as variáveis estudadas. Porém, identificou-se tendência para existência de associação com o parâmetro motilidade (valor-p<0.1). Constatou-se diferenças estatisticamente significativas (valor-p<0.05) na distribuição do parâmetro volume entre as categorias profissionais, e uma tendência para existência de diferenças (valor-p<0.1) na distribuição do pH, do índice de múltiplas anomalias (MAI) e da duração da infertilidade entre os grupos. Conclusão: Apesar de não se ter evidenciado associação entre exposição ocupacional e as características do espermograma, a evidência científica atual e as tendências descritas no estudo alertam para a relevância da temática exposição ocupacional e consequentes repercussões na saúde reprodutiva.