Resumo: | No actual panorama europeu, devido à diminuição da taxa de natalidade e ao Tratado de Bolonha, os estudos realizados sobre diferentes Instituições de Ensino Superior (IES), para determinar se existem ou não benefícios para as regiões que as albergam, adquirem uma importância cada vez maior. Os estudos divulgados em várias publicações científicas apresentam relações positivas entre a existência das IES e o desenvolvimento das regiões onde essas instituições estão inseridas, e admitem que, de uma forma geral, as IES podem ser importantes mecanismos de desenvolvimento regional. Estes estudos de impacto económico debruçam-se sobre o aspecto económico da existência de uma instituição na região, e, apesar dos vários autores reconhecerem que um dos principais impactos de longo prazo é o aumento dos conhecimentos e das competências dos indivíduos, poucos tentam quantificar essa mais valia. De facto, dado que a principal função das Instituições de Ensino Superior é a educação dos estudantes, é necessário analisar também os benefícios que podem ser definidos como resultado do processo de ensino e aprendizagem. A determinação do impacto da Instituição de Ensino Superior no desenvolvimento regional é feita recorrendo à aplicação de modelos económicos, havendo na literatura referências a modelos Input-Output (Leontief, 1986), modelos Computable General Equilibrium (Madden, 2004), modelos de impacto fiscal, modelos econométricos e simulações (MacFarland, 2001). No entanto, os modelos especificamente desenvolvidos para analisar o impacto das Instituições de Ensino Superior nas regiões que as acolhem, são o modelo American Council on Education, desenvolvido por Caffrey e Isaacs (1971), e o modelo Short-Cut Ryan, desenvolvido por Ryan (Ryan e Malgieri, 1992). Este artigo pretende, através de uma revisão da literatura sobre os impactos das IES e os modelos económicos e os multiplicadores adequados, contribuir para uma maior compreensão sobre a relação entre a existência de uma Instituição de Ensino superior e os possíveis benefícios económicos e sociais e consequente desenvolvimento da região onde se encontra.
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