Estar sem abrigo em Lisboa: características psicossociais e centros de alojamento temporário

O fenómeno das pessoas em situação de sem-abrigo continua a ser uma realidade, sendo que na união Europeia estima-se que cerca de 4,1 milhões de pessoas vivem nesta situação, enquanto em Portugal se estima um total de mais de duas mil, sendo que 90% se encontram localizados nas áreas metropolitanas...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Teixeira, Joana Ferraz Mendonça (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2014
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10071/7657
Country:Portugal
Oai:oai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/7657
Description
Summary:O fenómeno das pessoas em situação de sem-abrigo continua a ser uma realidade, sendo que na união Europeia estima-se que cerca de 4,1 milhões de pessoas vivem nesta situação, enquanto em Portugal se estima um total de mais de duas mil, sendo que 90% se encontram localizados nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto. Os centros de alojamento têm sido uma aposta em termos de resposta para as pessoas que se encontram nesta situação. No entanto, nem todas elas tomam a decisão de usufruir deste serviço. Por outro lado, estes centros têm muitas vezes um cariz unicamente assistencialista, descurando que estas pessoas podem ter um papel ativo na construção e manutenção destes serviços. Este estudo, de cariz misto (quantitativo e qualitativo) procurou por um lado explorar os motivos pelos quais pessoas a pernoitar na rua (N=10) e a pernoitar em centro de alojamento (N=10) se encontram nesta situação, bem como algumas das suas características psicossociais, nomeadamente, o empowerment psicológico. Por outro lado, procurou-se compreender a perceção que os participantes têm sobre os centros de alojamento de Lisboa (e. empowerment organizacional), realizando também uma avaliação de necessidades. Em termos gerais, verificou-se que as pessoas a pernoitar em centro de alojamento referem uma maior perceção de controlo pessoal do que as pessoas que pernoitam na rua. Relativamente à avaliação dos centros, os participantes referem que os residentes têm um papel passivo nestes serviços, considerando que este seria um aspeto fundamental, dado que valorizam o facto de fazer parte das decisões.