Resumo: | Esta tese faz a análise do fenómeno constituído a partir da criação da língua internacional Esperanto em 1887. A problematização é iniciada com a questão de uma língua internacional quer por referência às nacionalidades e suas realidades linguísticas, quer no contexto das esferas globalizadas e suas contingências multilingues; faz-se depois uma breve incursão pela história das línguas internacionais auxiliares, e por fim discutem-se os fenómenos dos movimentos sociais, também globais e com princípios de justiça e igualdade partilhados com a maioria das organizações esperantistas. A análise do percurso histórico do movimento do Esperanto, em diálogo com os princípios de progresso social, os ideais de pacifismo, os contextos nacionalistas, os fenómenos operários e libertários, as guerras mundiais, a construção de organizações transnacionais como a ONU e a UE, e a defesa dos direitos humanos em que se incluem os linguísticos, permitiu a ilustração da sua identidade com os movimentos sociais. Por fim, um trabalho exaustivo para o caso português reconstituiu o seu percurso histórico desde 1892 até à actualidade, rastreando protagonistas, grupos e associações, e o diálogo com os regimes políticos republicano, ditatorial e democrático.
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