Summary: | Na actual produção historiográfica para o período moderno dedicada ao monaquismo, particularmente o feminino, registam-se abordagens que não se confinam às formas de aquisição e administração/gestão dos bens pelas comunidades, da escolha do locus e sua influência em relação às malhas urbanas, da análise dos conjuntos construídos na perspetiva da arquitetura ou da história da arte, alargando-se a análise para as questões do viver quotidiano e da dimensão temporal das comunidades, da proveniência social das religiosas e sua influência na estrutura familial, do património dos cenóbios e sua relação com o perfil socioeconómico das religiosas, e ainda do papel dos mosteiros ao nível da educação e da cultura. A opção pelo mosteiro, e a estratégia de colocação de uma ou mais filhas em espaços claustrais, acabavam por determinar a importância da mulher em termos patrimoniais, sobretudo no que se refere ao património fundiário, à questão vincular e à redistribuição de fazenda. Estas abordagens possibilitam ainda, a nível local e regional, o entendimento de questões tão abrangentes como as relativas ao regime de propriedade, à recepção dos ditames contra-reformistas (a nível das formas de piedade, devoção, catequese, assistência), aos confrontos entre os poderes locais laicos e eclesiásticos, entre outros.
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