Jornalismo Desportivo

Tradicionalmente o desporto e o jornalismo têm sido mundos dominados por homens, sendo que no jornalismo desportivo esta situação é ainda mais notória. Entre as décadas de 1960 e 1980 era muito raro ver uma mulher repórter de campo a cobrir jogos de futebol, pois o desporto sempre foi dominado por h...

ver descrição completa

Detalhes bibliográficos
Autor principal: Saraiva, Mariana Monteiro (author)
Formato: masterThesis
Idioma:por
Publicado em: 2020
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10400.6/9722
País:Portugal
Oai:oai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/9722
Descrição
Resumo:Tradicionalmente o desporto e o jornalismo têm sido mundos dominados por homens, sendo que no jornalismo desportivo esta situação é ainda mais notória. Entre as décadas de 1960 e 1980 era muito raro ver uma mulher repórter de campo a cobrir jogos de futebol, pois o desporto sempre foi dominado por homens. Até à década de 1990 havia poucas profissionais a trabalhar na área do desporto. Ainda se pensa que como as mulheres não dominam no desporto, também não o farão na cobertura jornalística, relato ou comentários, e quando o fazem “têm que combater estereótipos que estão enraizados, ou seja, têm que desempenhar as funções tão bem ou melhor do que os homens” (Cerqueira, 2008, p.712). Estes estereótipos têm permanecido, daí a dificuldade das mulheres integrarem o mundo desportivo. O campo do jornalismo tem explorado novos percursos ao longo da sua história. O jornalismo desportivo não é exceção, é uma editoria que está em constante mutação. A evolução do jornalismo desportivo passa, também, pela feminização da área onde as mulheres têm que mostrar conhecimento e competências sobre o assunto. O número de mulheres que tem formação em cursos de jornalismo tem vindo a aumentar, apesar desta evolução as mulheres estão, ainda, pouco representadas em cargos de chefia. Estudos de género mostram que, tradicionalmente, o acesso às profissões nos media é desigual entre homens e mulheres. Em Portugal, o futebol é a modalidade que mais cobertura mediática tem. Segundo Tiesler e Coelho (2006, p.323) o futebol tornou-se o desporto rei dos media “em consequência do envolvimento emocional relevante da identificação de uma equipa”. Esta dissertação pretende analisar qual a presença da mulher no comentário futebolístico e nas editorias ligadas ao desporto. Para isso foi realizada observação participante nas redações da RTP e Antena 1, que se complementou com entrevistas a seis jornalistas da área e com inquéritos ao público. Os resultados assinalam que ainda há discrepância de género no exercício do jornalismo desportivo, bem como no comentário, mas, ainda assim, nos últimos anos, têm-se registado alterações interessantes neste campo.