Comércio de tecidos europeus e asiáticos na África centro-ocidental: fraudes e contrabando no terceiro quartel do século XVIII

A presente dissertação tem por objetivo desenvolver um estudo sistemático sobre o comércio de tecidos na África centro-ocidental, no terceiro quartel do século XVIII, a partir das ações “ilegais” dos principais interlocutores deste comércio: europeus, africanos e luso-africanos. A análise da documen...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Santos, Telma Gonçalves (author)
Formato: masterThesis
Idioma:por
Publicado em: 2015
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10451/20320
País:Portugal
Oai:oai:repositorio.ul.pt:10451/20320
Descrição
Resumo:A presente dissertação tem por objetivo desenvolver um estudo sistemático sobre o comércio de tecidos na África centro-ocidental, no terceiro quartel do século XVIII, a partir das ações “ilegais” dos principais interlocutores deste comércio: europeus, africanos e luso-africanos. A análise da documentação, que consta no Arquivo Histórico Ultramarino e na Torre do Tombo, sobretudo os processos-crime e cíveis; petições e requerimentos dos agentes do comércio de escravos no “Reino de Angola”; editais públicos; contratos de monopólios comerciais; fés de ofício; leis régias e cartas dos governadores angolanos endereçadas ao rei de Portugal, ao Conselho Ultramarino e aos secretários de estado, revelelou os mecanismos de burla utilizados pelos agentes do comércio para dar entrada nas fazendas de origens diversas na África centro-ocidental. Neste trabalho, nos foi exigido decodificarmos os mapas mentais com os quais estes sujeitos da história operavam para fazer valer seus anseios e interesses particulares e, deste modo, compreendermos as estruturas sociais, culturais, econômicas e políticas que viabilizaram a circulação dos tecidos. A descrição dos tecidos encontrados na documentação aqui tratada trouxe à tona um caudal de possibilidades mercantis a interligar mundos distantes. Neste roteiro, Inglaterra, França, Holanda e as unidades políticas que posteriormente conformaram a Alemanha e Itália, assim como a China e a Índia se fizeram presente na cultura centro-ocidental africana através dos tecidos que fabricavam e para lá foram exportados. O entendimento das lógicas econômicas atlânticas e africanas contribuíram para percebermos um mundo novo que se foi consubstanciando a partir do encontro entre as culturas europeias e africanas. Longe de nos determos a uma perspectiva econômica da História, este estudo elege a cultura como fio condutor da análise das trocas mercantis no tempo e espaço delimitados por este trabalho.