Resumo: | O aleitamento materno é um acto natural e fisiológico, bem como uma arte feminina cujas práticas e conhecimentos passam de geração em geração. Apesar de cada vez mais valorizado e aconselhado, o aleitamento materno ainda não é uma prática universal. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o aleitamento materno exclusivo até aos seis meses. A partir dessa idade, a OMS preconiza a introdução de alimentos complementares e a manutenção do aleitamento materno até, pelo menos, aos 24 meses. Existem múltiplas razões para que as mães interrompam o aleitamento aos seus filhos, no entanto, a sua promoção, protecção e apoio relevam directamente no domínio dos direitos humanos. Ao longo desta dissertação elabora-se uma síntese dos factos históricos mais importantes e evidencia-se a real importância do aleitamento materno e das técnicas disponíveis para o restabelecimento da produção de leite depois de uma situação de desmame precoce – relactação e lactação induzida. São temas pouco divulgados nos curricula do ensino médico e nos hospitais apesar de existir uma ampla investigação sobre estes. A relactação é o processo pelo qual a glândula mamária é estimulada para produzir leite numa mulher que esteve grávida e que, por várias razões, não tem ou deixou de ter capacidade de produzir leite suficiente para amamentar o seu filho. Este processo não depende do facto da mulher ter tido uma gravidez de termo, nem de ter amamentado ou não filhos anteriores. Por outro lado, na lactação induzida estimula-se a produção láctea na mulher que deseja amamentar uma criança que não foi por si concebida, como é o exemplo da adopção. Estes processos envolvem questões que exigem do profissional capacidade de aconselhamento e profundo conhecimento da anatomia, da fisiologia, da farmacologia e das patologias relacionadas com a lactação que possam interferir no sucesso destas técnicas. A revisão bibliográfica foi a metodologia utilizada para esta dissertação e teve como objectivo avaliar o actual “estado de arte” do aleitamento materno, assim como realçar a importância desta prática para o lactente, para a mãe e para a própria sociedade.
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