Diálogo entre a permanência e a transformação : intervir na pré-existência

A sociedade contemporânea está a atingir uma vez mais uma condição assente nos excessos, que são uma consequência directa do acelerado ritmo que é imposto, na satisfação da constante vontade de inovação e progresso, aliado à evolução tecnológica. Esta atual estruturação é inimiga do passado, que se...

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Bibliographic Details
Main Author: Aparício, Rafael Silva, 1997- (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2022
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/11067/6204
Country:Portugal
Oai:oai:repositorio.ulusiada.pt:11067/6204
Description
Summary:A sociedade contemporânea está a atingir uma vez mais uma condição assente nos excessos, que são uma consequência directa do acelerado ritmo que é imposto, na satisfação da constante vontade de inovação e progresso, aliado à evolução tecnológica. Esta atual estruturação é inimiga do passado, que se tenta esquecer a todo o custo a favor de um prazer instantâneo de novidade, contudo, verifica-se atualmente uma crise identitária que se estende a todas as áreas, onde a arquitectura não é exceção, em que se tem privilegiado as novas construções que estendem e modificam as áreas urbanas. Paralelamente, verifica-se um desprezo pelo património histórico, como é o caso de muitas intervenções e requalificações nas pré-existências que não respeitam o legado das mesmas, sendo alteradas para proveito de muitos outros interesses que se lhe sobrepõem. Neste sentido, este estudo propõe-se a encarar o passado das valorosas pré-existências como sequência e continuidade, propondo uma união entre dois momentos temporais, o passado e o presente, traduzindo-se num diálogo entre o que permanece e o que se transforma. A ruína torna compreensível o passado e algumas das suas memórias, cuja riqueza se pretende transmitir com o objectivo de salvaguardar as raízes identitárias que se constituem na cultura e na história, local ou universal, das civilizações. “A arquitectura é a arte de nos reconciliar com o mundo”, criando metáforas que concretizem e estruturem a nossa existência, e como tal, manter vivos esses vestígios e fragmentos de arquitectura é um tema que tem apaixonado sucessivas gerações de arquitectos e servido de temática a variadas reflexões expressas em tratados, teorias, ensaios, a cargo de vários pensadores e arquitetos ao longo da história. Identificando-se a importância da arquitetura na leitura, abordagem e interpretação em espaços a intervir, tendo em conta o respeito e valorização do seu legado (histórico, cultural e social) enquanto memória afetiva do passado, conferindo ao arquitecto a responsabilidade de garantir uma harmonia na materialização das ideias e no modo de intervir, desempenhando um papel determinante na procura de soluções que melhor tenham capacidade de conjugar as necessidades programáticas e funcionais com os processos de intervenção e manutenção do legado histórico.