Desafios da introdução ao pensamento computacional e à programação no 1º ciclo do Ensino Básico: racionalizar, valorizar e atualizar.

O uso dos computadores em educação tem uma história de décadas, rica e inspiradora de programas e iniciativas muito diversificadas neste domínio. Esta história, tal como se fosse um rio em curso está povoada de pessoas, ideais, conceitos, artefactos e tecnologias, que se vão renovando a cada momento...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Ramos, J.L. (author)
Formato: bookPart
Idioma:por
Publicado em: 2018
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10174/22804
País:Portugal
Oai:oai:dspace.uevora.pt:10174/22804
Descrição
Resumo:O uso dos computadores em educação tem uma história de décadas, rica e inspiradora de programas e iniciativas muito diversificadas neste domínio. Esta história, tal como se fosse um rio em curso está povoada de pessoas, ideais, conceitos, artefactos e tecnologias, que se vão renovando a cada momento e enfrentando novos desafios. Esta história, incluindo a experiencia e o conhecimento obtidos pelo autor durante a vigência do Projeto Minerva e outros projetos e programas que se lhe seguiram até aos dias de hoje, deu lugar a uma base de conhecimento científico e pedagógico inestimável e constitui um precioso capital, se e quando o usamos, para enfrentar estes novos desafios. Este capital inclui, naturalmente, os sucessos e os insucessos e que podem ser encontrados no curso dessa história. O desenvolvimento das sociedades modernas hoje em dia impõe de forma impressiva novos desafios às instituições educativas, que enfrentam grandes dificuldades em conseguir responder de forma adequada, rápida e eficaz. A transformação social e o ritmo do progresso tecnológico andam de mãos dadas e exercem, em especial nas sociedades desenvolvidas e em desenvolvimento, um duplo efeito: torna a sociedade cada vez mais tecnologicamente evoluída e dependente através da produção e distribuição de forma massiva de artefactos digitais cada vez mais sofisticados e acessíveis aos cidadãos numa lógica de consumo e ao mesmo tempo requer uma adaptação ao estilo de vida digital, decorrente dos processos de distribuição e massificação da tecnologia. Este fenómeno tem impacto em quase todos os sectores da atividade humana. Destacamos aqui apenas o da educação e formação. Neste aspeto sublinhamos o paradoxo que resulta deste duplo efeito com as escolas: “(...) as nossas crianças, desde uma tenra idade, usam na sua vida quotidiana as tecnologias digitais: dispositivos móveis, tablets e smartphones, jogos virtuais. Todos os dias, mas não na Escola! Hoje [na Europa], 63% das crianças de 9 anos de idade não dispõem de equipamentos digitais e redes de banda larga que fazem falta na escola. Não temos professores confiantes em número suficiente no uso da tecnologia na sala de aula (...). Na maioria dos países europeus, menos de 30% das crianças entre os 10-15 anos são ensinadas por professores “digitalmente confiantes”, com bom acesso às tecnologias” (Kroes, 2013) Se ao problema do acesso às tecnologias e infraestruturas, que é muito sério pelo impacto social de extrema relevância no que diz respeito à igualdade de oportunidades e à equidade entre os cidadãos, juntarmos um outro problema resultante dos paradigmas de educação vigentes na grande maioria das escolas em que predominam os modelos tradicionais de ensino centrados nos conteúdos, nos professores transmissores e alunos ouvintes e que há muito que estão desajustados dos tempos modernos e da sociedade atual, não preparando de forma suficiente, face às novas exigências da sociedade, as novas gerações para o seu futuro, então teremos um quadro que por si só explica muitas das dificuldades que enfrentamos hoje em dia nas nossas salas de aula e nos processos educativos que ocorrem em contexto escolar.