Resumo: | A diabetes mellitus constitui um grave problema de saúde a nível mundial pela crescente incidência, como também pela elevada morbilidade e mortalidade que lhe está associada. Sendo a retinopatia diabética a manifestação ocular mais grave da doença e uma das principais causas de cegueira no mundo ocidental, despertou o interesse de realizarmos um estudo comparativo através do OCT (Tomografia de Coerência Ótica) em indivíduos com o diagnóstico de diabetes até 10 anos e entre 10 e 20 anos, medicados com antidiabéticos orais, com idades de 56 e os 80 anos, acompanhados na Clínica Oftalmológica das Antas. O objetivo da investigação consistiu em saber se os indivíduos diabéticos com diagnóstico de diabetes mellitus até 10 anos apresentavam menos alterações retinianas que os indivíduos diabéticos há mais de 10 anos. A amostra foi constituída por 28 indivíduos, com diagnóstico de diabetes mellitus de ambos os sexos. Dos 28 doentes, 14 com diagnóstico de diabetes até 10 anos e os restantes 14 com diagnóstico de diabetes entre 10 e 20 anos, ambos os grupos com idades compreendidas entre os 56 e os 80 anos. Para comparação e análise de resultados, entrou no estudo um grupo controlo de 28 indivíduos, sem diabetes mellitus ou outras complicações sistémicas ou oftalmológicas, de ambos os sexos com idades compreendidas entre os 50 e os 75 anos. Foi consultado o processo clínico de todos os pacientes, com recolha de dados clínicos e dos exames oftalmológicos realizados na consulta de Oftalmologia (OCT - Tomografia de Coerência Ótica). A análise dos resultados obtidos permite concluir que foram alcançados todos os objectivos propostos na realização do presente trabalho, confirmando-se a hipótese geral de investigação: “os indivíduos diabéticos com diagnóstico de diabetes mellitus até 10 anos apresentam menos alterações retinianas que os indivíduos diabéticos com diagnóstico de diabetes mellitus entre 10 e 20 anos”. Concluímos que o valor médio da espessura central da retina, de um modo geral entre o grupo dos saudáveis e cada um dos grupos diabéticos não foram encontradas alterações estatisticamente significativas, embora a espessura média no grupo dos diabéticos há menos de 10 anos seja ligeiramente inferior ao grupo dos diabéticos há mais de 10 anos. Relativamente ao aumento dos valores médios da espessura retiniana, nos diferentes quadrantes analisados pelo OCT, as diferenças mais estatisticamente significativas surgiram nos quadrantes 2 e 6 do olho direito nos doentes diabéticos há mais de 10 anos e nos quadrantes 1, 2 e 6 do olho esquerdo dos diabéticos há menos de 10 anos.
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