Resumo: | Pretendemos abordar o pendor moralista do discurso de Gaspar Frutuoso (Ponta Delgada, 1522 - Ribeira Grande, 1591), marcado pela preocupação de apontar o caminho de autenticidade para uma sociedade que se terá afastado do seu destino último. Em primeiro lugar, começaremos por atender ao virtuosismo do estilo utilizado, que encontra na alegoria, em torno do diálogo entre duas personagens – a Verdade e a Fama –, a forma de transmitir o que deverá ser o verdadeiro caminho de redenção do homem e da sociedade; de seguida, incidiremos a atenção na procura da razão de ser do infortúnio da Verdade, forçada a levar uma vida solitária, pelo desprezo e falta de reconhecimento a que é votada, e as saudades que sente de um tempo perdido; finalmente, iremos procurar apresentar o significado da noção de verdade e perceber o sentido da “saudade” como fundamento do itinerário da vida que deseja a redenção e se prepara para a eternidade.
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