Resumo: | Devido às mudanças estruturais ocorridas na instituição familiar, os educadores tornaram-se agentes educativos importantes na vida da criança que frequenta o jardim de infância. Esta faixa etária parece privilegiar o estabelecimento de proximidade e afeto entre criança e educador e possibilitar o surgimento deste como uma base segura, no contexto de sala de aula. A par da qualidade da relação com os pais, a qualidade da relação com o educador provoca consequências a vários níveis, como na adaptação escolar e na relação entre pares, passando a ter um papel não só instrutor como também protetor e vindo a figurar como uma relação de extrema importância para o desenvolvimento socioemocional de qualquer criança. Desta forma, o objetivo deste estudo é analisar a concordância entre a vinculação de crianças, em idade pré-escolar, com as suas figuras parentais e com os seus educadores, de maneira a tentar perceber se o padrão de vinculação com os pais persiste, na sala de aula, entre o educador e a criança. Os participantes deste estudo foram 52 crianças dos 4 aos 5 anos de idade, sendo que 52% são do sexo feminino. Este estudo possui caráter quantitativo e correlacional e os dados foram recolhidos através de dois tipos de instrumentos – um questionário aplicado às educadoras (Escala de Percepção de Comportamentos de Vinculação para Professores, PCV-P) e um instrumento narrativo, aplicado diretamente às crianças (Attachment Story Completion Task – ASCT), ambos adaptados à população em estudo. Os resultados apontam para a existência de concordância entre a qualidade da vinculação da criança com os pais e com a educadora, na amostra estudada. O conhecimento desta associação permite à Escola e aos psicólogos educacionais um planeamento e uma intervenção mais elaborados e eficazes no que respeita à relação educador-aluno, tanto ao nível remediativo quanto ao nível preventivo, vindo desta forma a impactar todas as importantes variáveis ligadas a tal relação.
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