A Gaditanização do Algarve

Os trabalhos arqueológicos levados a efeito em sítios do litoral algarvio, concretamente em Castro Marim, Faro e Monte Molião (Lagos), evidenciaram, para a 2ª metade do 1º milénio a.n.e., e sobretudo a partir de finais do século IV a.n.e., uma forte relação com a área de Cádis. Os dados destes sítio...

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Bibliographic Details
Main Author: Sousa, Elisa de (author)
Other Authors: Arruda, Ana Margarida (author)
Format: article
Language:por
Published: 2013
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10451/9771
Country:Portugal
Oai:oai:repositorio.ul.pt:10451/9771
Description
Summary:Os trabalhos arqueológicos levados a efeito em sítios do litoral algarvio, concretamente em Castro Marim, Faro e Monte Molião (Lagos), evidenciaram, para a 2ª metade do 1º milénio a.n.e., e sobretudo a partir de finais do século IV a.n.e., uma forte relação com a área de Cádis. Os dados destes sítios, recolhidos em contextos estratigráficos primários (finais do séc. IV e séc. III a.n.e.), foram estudados de forma aprofundada. O conjunto artefactual, composto pelas ânforas, cerâmica de tipo Kuass, cerâmica comum e cerâmica manual evidencia, em várias das categorias, um claro predomínio de produções provenientes da área de Cádis, de acordo com a análise macroscópica das pastas. Tendo por base estes dados, a dependência que o Algarve evidencia no abastecimento de vasos cerâmicos em relação a Cádis parece traduzir uma situação que ultrapassa a simples troca comercial, ou mesmo um comércio organizado. Mais do que uma dependência económica de uma região em relação à outra, parece tratar-se de uma verdadeira integração num universo político e económico único que seria gerido pela metrópole andaluza.