Summary: | A comunicação de más notícias é uma atividade difícil para o profissional de saúde, quer pela gravidade das situações, quer pelas questões éticas associadas. Esta comunicação pode ser facilitada se for encarada como uma competência dos profissionais, devendo ser aprendida e aprofundada para que os profissionais a possam integrar na sua prática diária. De forma a identificar as práticas e as dificuldades dos profissionais de saúde na comunicação de más notícias em contexto de urgência, realizámos um estudo quantitativo de carácter exploratório, descritivo, comparativo e transversal com recurso ao questionário aplicado a médicos e enfermeiros, a exercerem funções num serviço de urgência. Os dados foram sujeitos a análise estatística e à análise de conteúdo. Os resultados revelam que o médico é o principal responsável pela comunicação de más notícias. A maioria dos profissionais de saúde consideram que os doentes têm o direito de serem sempre informados sobre o conteúdo da má notícia, mas revelam que na sua prática o doente não é o primeiro a ser informado. Os principais motivos alegados pelos profissionais de saúde para omitirem informação prendem-se com a possibilidade desta ser prejudicial ao bem-estar do doente. Encontraram-se diferenças significativas nas práticas relacionadas com a informação ao doente/família da má notícia, onde a percentagem dos médicos é superior à dos enfermeiros e relativamente à informação sobre o conteúdo da má notícia, os enfermeiros apresentam frequências superiores. Os profissionais de saúde reconhecem a formação como uma estratégia fundamental para o desenvolvimento de competências na área da comunicação de más notícias.
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