Summary: | Desenvolver sistemas cada vez mais complexos guiados somente pela tecnologia põe em risco o propósito do próprio sistema, que colapsa se não se puderem garantir determinadas claúsulas de integridade, rigor nas análises, e se não se puderem quantificar os erros subjacentes aos dados e aos processos. Por isso, a primeira asserção desta tese, é que o desenvolvimento dos SIG necessita de uma ciência de suporte que assegure o rigor subjacente aos processos de decisão. No Cap. 2 apresento os conceitos fundamentais das Ciências da Informação Geográfica e clarifico o âmbito destas. Sendo complexa, a IG não é auto-descritiva e exige um trabalho de documentação rigoroso em todo o seu ciclo de vida. Por isso, na segunda asserção desta tese afirmo que a meta- informação geográfica é essencial para encontrar e explorar a informação espalhada por um grande volume de dados geográficos. No Cap. 3, discuto o papel da meta-informação e refiro as propostas mais importantes nesta área. Abordo em profundidade a motivação, as vantagens e as formas de catalogar IG. Apresento uma ferramenta desenvolvida em JAVA para catalogar IG, baseada na norma ISO 19115. Localizar e adquirir a informação que se pretende, num formato proprietário que não se consegue manipular, não é muito animador. Ter que descartar os dados processados nos últimos anos e adquirir novos, se se quiser trocar a plataforma (proprietária) de geo-processamento, também é desanimador. A adopção de formatos abertos garante a longevidade dos sistemas e dos dados, naquela que constitui a terceira alegação desta tese. No Cap. 4 concentro-me na codificação de IG em GML, um formato aberto codificado em XML. É uma meta-linguagem que incorpora os conceitos fundamentais da IG. Refiro, ainda, que os construtores do GML conseguem encapsular uma determinada complexidade num tipo, à semelhança dos tipos abstractos de dados, para mostrar que o GML é também uma linguagem de modelação, podendo ser integrada com o UML. Disponibilizar IG sobre a Web não é, como poderia parecer, uma moda. A dispersão da informação geográfica é uma característica intrínseca da mesma, sendo óbvio que é necessário passar a oferecer dados e serviços através de uma teia de servidores junto da informação a que dizem respeito. No Cap. 5, apresento os Web Services, como a plataforma computacional que permite esta disponibilização de dados e serviços sobre a Web, encapsulando a complexidade, o volume e os sistemas proprietários atrás de interfaces comuns. Estes podem-se compor sucessivamente para resolver problemas mais complexos. À semelhança do que acontece em CC, a abordagem à complexidade faz-se por encapsulamento e composição, sendo esta a minha quarta asseveração. O consórcio OGC, do qual faço parte, tem liderado este processo e, por isso, são apresentados os serviços preconizados pelo mesmo. No Cap. 6 apresento a linguagem SVG, destacando os aspectos que me parecem mais relevantes para a visualização da IG. Apresento um visualizador de SVG desenvolvido em JAVA para plataformas móveis. Reforço a convicção de que a manutenção de uma clara separação dos conteúdosdas formas concretas de apresentação potencia formas flexíveis de visualização. Por último, recorro aos Serviços Baseados na Localização, Cap. 7, para discutir um dos desafios que actualmente se coloca às CIG: a capacidade de adequar a exploração da IG ao contexto de utilização. Depois da passagem dos mapas em papel para os mapas em computador, precisamos de sofisticar o conceito de mapa que, no limite, se pode transformar numa mensagem de voz. Neste capítulo é fundamentada a diferença entre o utente tradicional, sentado no seu gabinete em frente ao computador, e o utente em movimento, que experimenta o mundo real, desenvolvendo uma actividade provavelmente mais importante e interessante do que a interacção com o dispositivo móvel. Apresento dois exemplos que introduzem a noção de contexto na visualização de IG, desenvolvidos sobre o ArcPAD da ESRI.
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