Mutagénese por transposão no genoma de Aeromonas hydrophila

Espécies de Aeromonas são reconhecidas como agentes etiológicos de amplo espetro de doenças em humanos e animais. São muito comuns em águas de consumo e em diferentes tipos de alimentos, especialmente frutos do mar. A resistência de Aeromonas spp. aos antibióticos vulgarmente usados, é um assunto de...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Eira, Dânia Marques (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2013
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10773/10083
Country:Portugal
Oai:oai:ria.ua.pt:10773/10083
Description
Summary:Espécies de Aeromonas são reconhecidas como agentes etiológicos de amplo espetro de doenças em humanos e animais. São muito comuns em águas de consumo e em diferentes tipos de alimentos, especialmente frutos do mar. A resistência de Aeromonas spp. aos antibióticos vulgarmente usados, é um assunto de preocupação, devido à natureza ubíqua desses organismos. A resistência a antibióticos em Aeromonas está relacionada com vários mecanismos, ao passo que, a resistência codificada cromossomicamente por β-lactâmicos é particularmente relevante devido à ampla utilização destes antibióticos. A expressão coordenada de β-lactamases induzidas cromossomicamente é considerada o mecanismo principal de resistência a β- lactâmicos, em Aeromonas sp. No entanto, os mecanismos precisos da sua regulamentação ainda não estão claros. O objetivo deste estudo é a elaboração de uma biblioteca de mutantes para A. hydrophila, com o intuito de identificar novos determinantes genéticos que possam estar envolvidos na regulação do mecanismo de resistência a antibióticos β-lactâmicos, podendo constituir novos alvos de aplicação terapêutica. Os mutantes obtidos foram testados para a suscetibilidade aumentada ou diminuída à ampicilina, cefotaxima e imipenemo. O perfil de sensibilidade foi medido por microdiluição. Uma vez que, foi demonstrado que as células em biofilmes são geralmente mais resistentes à quimioterapia do que as células planctónicas, os mutantes também foram avaliados quanto à sua capacidade de formar biofilmes num ensaio em placa de microtitulação utilizando coloração com violeta de cristal. Esta abordagem permitiu a identificação de 17 mutantes que apresentam fenótipos de resistência alterados: 5 mutantes mostraram aumentar a suscetibilidade ao IMP, 11 apresentaram diminuição da suscetibilidade à CTX e 1 mutante, quando comparado com a estirpe parental, mostrou aumento da suscetibilidade ao IMP e diminuição da suscetibilidade à CTX. Além disso, todos os 17 mutantes apresentaram também alterações reprodutíveis na sua capacidade de formação de biofilme. Por sequenciação da região que flanqueia o transposão de 4 mutantes, foram identificados os genes seguintes que codificam proteínas envolvidas na resistência a β-lactâmicos: uma proteína reguladora da transcrição, uma ATPase, uma GDP-manose 4,6-desidratase e uma proteína hipotética com função desconhecida.