Resumo: | A previsão de séries financeiras faz parte do processo de decisão das políticas monetárias por parte dos bancos centrais. Mendes, Ferreira e Mendes (2020) propõem um modelo híbrido que junta um VECM (modelo vetorial corretor de erro) com um algoritmo de aprendizagem profunda o LSTM (memória de longo curto-prazo) para uma previsão multivariada do índice acionista norte-americano S&P500, utilizando-se as séries do Nasdaq, Dow Jones e as taxas de juro dos bilhetes do tesouro americano a 3 meses no mercado secundário, com dados semanais, entre 19/04/2019 e 17/04/2020. Nesta dissertação, replicou-se esse artigo e construiu-se um modelo híbrido semelhante com a mesma finalidade e obteve-se um erro de previsão MAPE 86% inferior (4% versus 28%), mesmo incluindo a crise da COVID-19. Analisou-se o período sem crise e obteve-se um MAPE de 1.9%. Verificou-se que o vazamento de dados entre os períodos de teste e treino é um problema que prejudica os resultados. Comparou-se diferentes formas de construir o modelo híbrido variando o número de desfasamentos e de épocas de treino no LSTM, verificou-se o impacto de logaritmizar as séries, e comparou-se com modelos de referência (LSTM univariado/multivariado). Além disso, testou-se a causalidade à Granger entre os períodos com forte intervenção por parte da FED (décadas de 70 e 80, e crise da COVID-19 em fevereiro de 2020), concluindo-se que a variação das taxas de juro causam à Granger os retornos dos índices acionistas analisados, invertendo-se essa relação causal fora desses períodos.
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