Resumo: | Introdução:A anemia hemolítica representa 5% de todas as anemias e caracteriza-se por uma redução do tempo de vida dos glóbulos vermelhos (GV). A destruição dos GV pode resultar de fenómenos hemolíticos intravasculares ou extravasculares, sendo os últimos mais frequentemente associados a fenómenos autoimunes, toxicidade a químicos/ fármacos, infeções, hiperesplenismo e destruição mecânica. O objetivo do estudo foi descrever as características demográficas, as principais causas e as particularidades clínicas dos doentes com anemia hemolítica extrínseca. Métodos: Estudo retrospetivo de Janeiro 2010 a Dezembro 2014 dos doentes com anemia hemolítica internados num Serviço de Medicina Interna de um Hospital Central. Foram avaliados marcadores laboratoriais de hemólise. Resultados: Foram incluídos 22 doentes com uma média de idade de 67,6 (± 17,9 anos); 54,5% do sexo masculino. Cerca de 81,8% obtiveram teste antiglobulina direto positivo e os restantes negativos. Dos doentes com anemia hemolítica auto-imune, 61,1% estavam associados a infeções. À data do diagnóstico, o valor médio de Hb foi de 7,5 g/dL, necessitando, em média, de 9,8 dias para atingir valores superiores a 9 g/dL. Quanto ao tratamento, 36,4% dos doentes realizaram corticoterapia, 22,7% corticoterapia em associação com transfusão de glóbulos vermelhors e 13,6% apenas transfusão, além do tratamento dirigido à causa subjacente. Taxa de mortalidade de 9%. Conclusão: A anemia hemolítica pode resultar de múltiplas causas, sendo a maioria resultante de processos infecciosos. A abordagem diagnóstica e terapêutica do quadro hemolítico depende da causa subjacente, daí a importância da sua identificação. A taxa de mortalidade é baixa e o prognóstico depende da causa subjacente mas o risco aumenta em doentes idosos.
|