Resumo: | Nas últimas décadas, o stress e o burnout tornaram-se num sério problema dentro de diferentes profissões, podendo ocorrer em qualquer contexto, mas ambos os conceitos têm sido estudados principalmente nas profissões de cuidadores (Mendieta & Rivas, 2011). As ocupações de maior risco são aquelas cujas atividades estão direcionadas às pessoas e que envolvam contato muito próximo, de carácter emocional, como é o caso do profissional que lida com crianças e jovens em risco, uma vez que é uma profissão considerada emocionalmente desgastante e extremamente stressante (França, Oliveira, Lima, Melo e Silva, 2014). Neste sentido, o presente estudo de caráter quantitativo, descritivo e correlacional, tem como principal objetivo analisar a vulnerabilidade ao stress e o burnout nos trabalhadores sociais que trabalham com crianças e jovens em risco. Para tal foi utilizado um questionário sociodemográfico, um questionário de vulnerabilidade ao stress (23 QVS) e o Copenhagen Burnout Inventory (CBI), adaptado e validado para a população portuguesa. A amostra é constituída por 42 trabalhadores sociais, com idades compreendidas entre os 26 e os 66 anos (M= 41,76; DP=9,680), distribuídas por 88,1% do género feminino (n=37) e 11,9% do género masculino (n=5). Os resultados evidenciam que a grande maioria dos trabalhadores sociais inquiridos apresentam baixos níveis de burnout nas três escalas do CBI (M=36,87). No entanto verifica-se que 35,7% apresentam altos níveis de burnout pessoal, 33,3% manifestam altos níveis de burnout relacionado com o trabalho e 19,1% apresentam altos níveis de burnout relacionado com o utente. Em relação à vulnerabilidade ao stress, a totalidade dos inquiridos não manifestaram ser vulneráveis ao stress (M=25,76). Os resultados indicam ainda que a vulnerabilidade ao stress está positivamente correlacionada com o burnout (r=0,649; p=0,003).
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