Summary: | A mudança para uma mobilidade de baixas emissões, incorporada numa necessidade crescente de desenvolvimento sustentável, tornam os modos suaves numa alternativa de transporte altamente promovida nas políticas de mobilidade nacional e internacional. Os fatores que podem influenciar a adoção de modos suaves nas viagens diárias urbanas podem ser agrupados em quatro subcategorias: fatores demográficos, económicos, de distância e tempo, e físicos e climáticos. O objetivo principal deste trabalho é automatizar os vários processos necessários para calcular um Índice de Potencial de Mobilidade Suave, representativo da mobilidade pedonal e ciclável em deslocações pendulares, utilizando a funcionalidade ModelBuilder disponível no software ArcGIS. As ferramentas resultantes pretendem apoiar os gestores do espaço urbano na definição de estratégias de mobilidade sustentável e na alocação de recursos. As variáveis consideradas na análise do potencial de mobilidade são a localização dos polos geradores de viagens, a densidade populacional e as características da rede viária (classificação hierárquica e inclinação das vias e a existência de passeios). Para atingir os objetivos foram elaboradas duas ferramentas em ambiente SIG. Uma que permite calcular o tempo de percurso em bicicleta convencional, elétrica e a pé de cada troço da rede analisada (em minutos), cujo resultado suporta a criação da Network Dataset, e outra que calcula, através de uma análise multicritério espacial, os índices de walkability, bikeability (convencional e elétrica) e o potencial de mobilidade suave de cada troço da rede. As ferramentas foram testadas e validadas pela aplicação das mesmas a um caso de estudo, a rede viária do perímetro urbano da cidade da Covilhã. Os resultados mostram que 16,3% das vias no perímetro urbano do município da Covilhã são classificadas com um potencial razoável a muito elevado para a mobilidade pedonal. Para a mobilidade em bicicleta convencional, as vias com potencial razoável a muito elevado sobe para 29,4%, já para a deslocação em bicicleta elétrica esse valor é de 38,7%. Combinando o potencial pedonal com o potencial em bicicleta convencional e, uma distribuição de pesos de 50% para cada modo, 18,6% da rede apresenta aptidão razoável a muito elevada para a mobilidade suave. Considerando a combinação do potencial pedonal e o potencial em bicicleta elétrica, esse valor sobe para 23,4%.
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