Resumo: | Em 22 de abril de 1915, os alemães atacaram as forças aliadas, no saliente de Ypres, fazendo uso de um gás asfixiante. Utilizaram cloro em quantidades nunca antes vistas no campo de batalha. O resultado foi catastrófico para as tropas aliadas que não estavam preparadas para se defenderem desta nova arma na frente de combate. O emprego de novos agentes químicos mais letais foi-se desenvolvendo ao longo do conflito. Os ingleses e os franceses foram classificando estes agentes químicos consoante os seus efeitos fisiológicos nas vítimas. Os alemães, por seu lado, foram agrupando os agentes químicos consoante os efeitos pretendidos no campo de batalha, tendo em atenção a duração dos seus efeitos e o seu poder letal. Esta divisão alemã foi devidamente incorporada na sua tática. A doutrina alemã foi-se desenvolvendo ao longo do conflito e o lançamento de compostos químicos pela artilharia alemã na fase de preparação do ataque passou a ser um procedimento no campo de batalha. O apoio de fogos da artilharia à suas tropas de assalto recorria ao emprego criterioso de granadas com químicos com vista a atingirem determinados efeitos nas linhas defensivas dos aliados. Esta doutrina foi amplamente usada nas ofensivas alemãs da primavera de 1918. O Corpo Expedicionário Português (CEP) foi vítima daquela tática de emprego de gases de guerra na Batalha de la Lys de abril de 1918. As tropas portuguesas estavam na Flandres desde 1917 mas tinham tido apenas pequenos combates antes da primavera de 1918. Utilizavam a doutrina dos britânicos relativamente à guerra química e tiveram de lidar com uma nova abordagem de emprego de agentes químicos no campo de batalha por parte dos alemães.
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