Summary: | Lisboa, desde tempos primordiais até à atualidade, tem presenciado importantes restruturações urbanas e arquitetónicas. Os acontecimentos e as transformações ocorridas, tanto na cidade como na população, a partir dos anos 80 do século XX, desencadearam problemas no edificado habitacional, nomeadamente a sua degradação e despovoamento. Apesar da maioria destes edifícios não serem dotados de elementos excecionais que os tornem de valor patrimonial enquanto objetos singulares, em conjunto, contam-nos várias histórias, enriquecendo a memória da cidade que remonta a diferentes épocas, vivida por inúmeras gerações. Reabilitar o parque habitacional antigo de Lisboa é dar-lhe uma nova vida, e, tendo em conta o momento socioeconómico que atravessamos, este processo não necessita obrigatoriamente de financiamentos avultados, pois o arquiteto deve ter a capacidade de se adaptar, desenvolvendo boas soluções em panoramas com recursos limitados. É nesta linha de pensamento que o nosso estudo passa por perceber como evoluiu a cidade, os principais acontecimentos que a alteraram, que medidas foram tomadas para repovoá-la, e como é possível reabitar os seus bairros residenciais através de um controlo de custos e meios, tornando-se a reabilitação só por si, um sistema sustentável. Os casos de estudo são o culminar da nossa investigação, representando bons exemplos em como é possível, seguindo estes princípios, intervir sobre o edificado habitacional antigo, revitalizando-o, valorizando-o, melhorando-o, e adaptando-o à vida contemporânea.
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