A Ilha do Porto Santo e dois exercícios fonéticos

A aprendizagem da transcrição fonética por parte de estudantes universitários não é tarefa fácil. A influência da escrita aprendida durante o percurso escolar tende a impedir o aprendiz de transcritor de perceber o que ouve e deve transcrever. A Ortografia parece condicionar, assim, a aprendizagem d...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Rebelo, Helena (author)
Formato: article
Idioma:por
Publicado em: 2022
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10400.13/4111
País:Portugal
Oai:oai:digituma.uma.pt:10400.13/4111
Descrição
Resumo:A aprendizagem da transcrição fonética por parte de estudantes universitários não é tarefa fácil. A influência da escrita aprendida durante o percurso escolar tende a impedir o aprendiz de transcritor de perceber o que ouve e deve transcrever. A Ortografia parece condicionar, assim, a aprendizagem da Fonética, interferindo nos desempenhos dos universitários da área das Humanidades. A fixação gráfica da escrita e a flutuação da fala tornam-se difíceis de conciliar na tarefa da transcrição fonética de segmentos áudio fáceis de entender, como no caso de um topónimo conhecido. É o que se pretende demonstrar com dois exercícios fonéticos com base no topónimo da ilha de Porto Santo (Arquipélago da Madeira-Portugal). Confronta-se uma análise de espectrogramas (primeiro exercício) e as propostas de transcrição a partir de um teste perceptivo (segundo exercício), verificando-se que as propostas de interpretação não coincidem integralmente, sobretudo para as vogais átonas. Os resultados do teste de percepção revelam um leque considerável de interpretações que estão condicionadas pela escolarização e a aprendizagem da escrita, sobrepondo-se esta à primazia da oralidade, que se tende a subvalorizar em detrimento do registo ortográfico, o que não tem tanta relevância para quem empreende estudos no âmbito da Fonética. Os estudantes deverão aprender a revalorizar a fala para a poderem descrever.