As eleições presidenciais de 1986: os debates Mário Soares vs. Freitas do Amaral. Qual o poder da televisão?

O trabalho de investigação aqui apresentado replica o estudo feito por James Druckman em 2003 sobre o debate entre Kennedy e Nixon para as presidenciais de 1960. Tem como objetivo analisar o debate da primeira e segunda volta para as presidenciais de 1986, que opôs Mário Soares e Freitas do Amaral,...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Nina, Susana Rogeiro (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2016
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10071/11984
Country:Portugal
Oai:oai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/11984
Description
Summary:O trabalho de investigação aqui apresentado replica o estudo feito por James Druckman em 2003 sobre o debate entre Kennedy e Nixon para as presidenciais de 1960. Tem como objetivo analisar o debate da primeira e segunda volta para as presidenciais de 1986, que opôs Mário Soares e Freitas do Amaral, verificando se diferentes modos de exposição e diferentes estilos de debate conduzem a avaliações distintas dos candidatos e a diferentes graus de aprendizagem. Para testar empiricamente um conjunto de hipóteses relativas a estes efeitos, recorreu-se à metodologia experimental, que envolveu a participação de 178 estudantes universitários do ISCTE-IUL e da Universidade da Beira Interior, divididos em quatro grupos experimentais, num desgin 2x2: modalidade de receção do debate (vídeo vs. áudio) e versão do debate (primeira volta, mais temático vs. segunda volta, mais confrontacional). Os resultados revelam que quanto às determinantes de avaliação dos candidatos, a modalidade de receção do debate e o impacto do conteúdo são significativos apenas para Freitas do Amaral: as características de personalidade foram determinantes para a avaliação do candidato feita pelos participantes que assistiram ao debate pela televisão e para os que assistiram ao segundo debate, enquanto a avaliação em função do desempenho foi privilegiada pelos indivíduos expostos à versão áudio e ao debate da primeira volta. Relativamente à aprendizagem, a exposição à televisão resulta numa maior aprendizagem dos participantes sobre os temas discutidos nos debates. Os efeitos de interação entre a modalidade de exposição ao debate e o conhecimento político não são significativos, uma vez que, ao contrário do que se esperava, a exposição aos debates pela televisão não tem um efeito maior na aprendizagem de indivíduos detentores de pouco conhecimento sobre política do que a exposição ao áudio.