Summary: | O presente estudo, cujo tema é a Resiliência em cuidadores informais familiares de idosos dependentes, visa compreender a capacidade adaptativa dos cuidadores informais familiares (CIFs), face às dificuldades vividas diariamente, através do conceito de resiliência. Para tal, foi formulado o problema de investigação: Qual a capacidade de resiliência do cuidador informal familiar de idosos dependentes, face às dificuldades resultantes do ato de cuidar? e definidos os objetivos: Compreender as dificuldades associadas ao ato de cuidar, sentidas pelo CIF; Verificar quais os constrangimentos sentidos na vida pessoal do CIF; Analisar os ganhos e/ou perdas em ser CIF; Discutir a valorização do papel do CIF e Avaliar o nível de resiliência do CIF. A metodologia é de natureza mista, quantitativa e qualitativa, tendo sido usados como instrumentos de recolha de dados, um inquérito por questionário que permitiu a caracterização sociodemográfica, uma entrevista semiestruturada, cuja análise de conteúdo das respostas permitiu compreender e interpretar os testemunhos dos entrevistados de uma forma organizada, e a aplicação da Escala Breve de Coping Resiliente para avaliar a capacidade de resiliência. Foi selecionada uma amostra por conveniência, sendo escolhidos 20 CIFs de entre 89 clientes do Serviço de Apoio Domiciliário (SAD), da Santa Casa da Misericórdia de Bragança (SCMB). Os resultados permitiram verificar que, de um modo geral, os cuidadores apresentam uma capacidade média de resiliência, sendo na sua maioria cuidadores do género feminino. Os filhos são os cuidadores que revelam níveis de adaptação superiores, tal como aqueles que prestam cuidados há menos tempo e os que se encontram profissionalmente inativos. As principais dificuldades dos CIFs estão relacionadas com o desgaste físico e emocional/psicológico, apontando a aprendizagem, a experiência e o fortalecimento das relações afetivas com os familiares cuidados como os maiores ganhos da sua condição de cuidador, sendo a limitação da liberdade e a alteração da dinâmica familiar os grandes constrangimentos na vida pessoal. Os participantes sentem ainda bastante reconhecimento social pela missão que executam. Perante as adversidades vividas pelos cuidadores informais familiares, o Educador Social deve assumir um papel interventivo no sentido de encontrar estratégias que proporcionem maior orientação e apoio.
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