Resumo: | Apesar do início da Era dos descobrimentos se ter dado há 500 anos, pode considerar-se que o início da massificação do processo de globalização, tanto da produção, como do consumo, se desenvolveu com as primeiras mercadorias transportadas em contentores na década de 1950. A evolução da tecnologia, mais especificamente o comércio eletrónico, tem incentivado o comportamento consumista da sociedade, contribuindo para proporcionar encomendas vindas de vários sítios do globo, exigindo aos meios de transporte uma capacidade de resposta mais imediata. Cerca de 80% do comércio mundial em volume é garantido pelo transporte marítimo, em particular recorrendo à contentorização. Em poucos anos, as dimensões das embarcações têm vindo a aumentar a um ritmo muito rápido, na tentativa de reduzir custos na cadeia de abastecimento, e aumentar a eficiência operacional, nomeadamente garantir o maior número de transações num menor período de tempo possível. Como resultado, os Portos Marítimos, num contexto de forte concorrência, precisam de incluir nos seus terminais infraestruturas com maior capacidade, como plataformas mais extensas, águas mais profundas, equipamentos de maior envergadura, mais serviços de apoio, e uma utilização otimizada de meios tecnológicos. Portugal beneficia de uma boa localização estratégica nas grandes rotas de tráfego marítimo, possuindo, ao longo da sua costa, infraestruturas portuárias com a capacidade de movimentação de contentores. Assim, qual será o seu desempenho à escala do comércio mundial? Suficiente para se fazer destacar? E qual a representatividade do Porto de Lisboa no cenário nacional? O objetivo neste trabalho, entre outros, é de perceber quais os motivos que levaram o Porto de Lisboa a equacionar a construção de um novo terminal, de funções multiusos. Compreender porque surgiu esta necessidade, as opções de localização que estiveram em alternativa de escolha para acolher o projeto, e perceber ainda as competências da localização escolhida, o Barreiro. Igualmente, pretende-se saber a compatibilidade que o Terminal terá com o Plano de Urbanização da Quimiparque e com os restantes projetos impactantes espectados para o território. Por último, serão ainda descritos sobre várias naturezas alguns efeitos da implementação do Terminal e desses projetos. E para melhor entendimento, serão criados cenários hipotéticos, à base das propostas desses projetos esperados para o território, que ainda não se concretizaram, mas que brevemente podem tomar forma.
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